Fred, blz ? Na verdade o problema não é com a teoria, mas sim como a forma como aprendemos a lidar com alimentos em geral e, em especial, com a cerveja. Trabalhar com qualquer tipo de alimento é uma ciência bastante complicada, ainda mais envolvendo a atividade de organismos vivos. Se todo cervejeiro fosse tentar fazer cerveja controlando todas as variáveis reais que existem, seria inviável a prática do Homebrew e da micro cervejaria. A teoria está certa, mas ela também está simplificada justamente para facilitar a vida, já que as coisas caminham dentro do esperado a maior parte das vezes. Existem vários fatores que podem corroborar com uma alta atenuação e eu precisaria ver de perto sua situação. Mas eu diria para você verificar algumas coisas simples (sei que é irritante quando já verificamos isso, mas eu preciso falar):
- Verificar os termômetros
- Verificar o densímetro
- Verificar o pH do mosto
- Verificar possível contaminação por S. diastáticus (Fica "visível" em longo prazo, pode causar gushing futuramente)
- Verificar pequena contaminação por leveduras utilizadas em fermentações anteriores (principalmente se fez Saison ou coisa do tipo)
- Verificar com cuidado se o pH da cerveja pronta está também muito baixo, pois isso pode indicar pequenas contaminações que vão desde Breta até A. niger e etc.
- Verificar se não houve problema de mutação na lama (Eu descarto isso completamente, mas não custa comentar.)
Eu sei que você deve se esforçar bastante para fazer uma ótima sanitização, mas todo mosto está por natureza contaminado, o que fazemos é sempre favorecer que a nossa levedura ganhe a competição por alimento e elimine a concorrência o máximo possível. Se você teve uma pequena contaminação por levedura selvagem ou alguma bactéria que está ficando mais resistente, ela pode ficar viva no seu mosto durante toda a etapa de fermentação, mas com atividade reduzida, sem dominar significativamente o perfil da cerveja.
Att.