Tenho aprendido muito com este tópico, obrigado a todos os participantes.
Não tenho o livro do Jamil Zainasheff, mas Charlie Papazian sugere que a fermentação secundária das ales seja feita na mesma temperatura da primária. John Palmer explica que a fermentação acontece em 3 fases, sendo que o fermento não finaliza a fase primária antes de começar a secundária, e também não fala sobre aumentar a temperatura durante a fermentação secundária.
Por outro lado, entendo que elevar a temperatura pode estimular o fermento, e agora estou com a seguinte dúvida: a temperatura de fermentação sugerida para o fermento M-07, por exemplo, é de 16 a 22 graus. Posso fazer a fermentação secundária a 25 graus (acima da máxima sugerida pelo fabricante)?
É que na realidade, o que precisamos sempre ter em mente é que essas temperaturas são TODAS... sem exceção, uma "indicação".... um "modo geral". O fabricante dizer que fermenta de 17 a 22 não quer dizer que não possa ir abaixo, ou acima... e isso com qualquer fermento.
Da mesma forma, Chris e Jamil recomendam DE MODO geral ali pelos 25 graus pra fazer Fermentação Secundária..... agora, isso quer dizer que precisa ser nessa temperatura? Claro que não... pode ir abaixo, acima, etc.
O mais importante é entender COMO essas temperaturas TENDEM a afetar o fermento, e o que isso TENDE a resultar na cerveja.
Ou seja, na minha opinião, a principal mensagem em relação à temperaturas de fermentação secundária, é que, de modo geral, o fermento ADORA temperaturas mais altas..... ele reabsorve melhor o diacetil, ele acaba transformando mais acetaldeído residual em etanol, ele é estimulado a comer os açúcares mais complexos que ele normalmente deixa para o fim, e por aí vai. Ou seja, biologicamente, o fermento gosta disso, e no caso do fim da fermentação, não temos prejuízos com isso.
Já no começo da fermentação, mesmo sabendo que o fermento adoraria estar em temperaturas mais altas, sabemos que as temperaturas devem ficar mais baixas pela quantidade de compostos ruins que são gerados nessas temperaturas mais altas, e que em temperaturas mais baixas ficam em menor quantidade.
Ou seja, o MAIS IMPORTANTE, na minha visão, é entender isso... é quase "sentir" como o fermento trabalha. Usar 25, 27, 23... vai de gosto, de observação, etc. Algumas cepas funcionam totalmente diferente umas das outras.... e pra saber como atuar com cada uma delas, precisamos ficar "íntimo" das mesmas. Enquanto não somos íntimos, podemos simplesmente seguir algo próximo da literatura, porque normalmente a literatura recomenda algo que é uma média e funciona bem para a maioria dos casos.
Abraço,