Colheita de fermento em cervejas comerciais

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Leonardo

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Alguém sabe quais cervas comerciais que tem fermentos no primming que podem ser colhidos? Estou. Pensando em fazer algo parecido com a Maredsous 8 Bruin. Será que o sedimento é fermento de atenuação ou outro fermento usado só para o primming? Me ajuda aí Paulo Dalla Santa!?
 
Leonardo, nem sempre há informações disponíveis, então o negócio é tentar. Aqui tem uma lista com dados de algumas cervejas: http://www.nada.kth.se/~alun/Beer/Bottle-Yeasts/

No caso da Maredsous, sabe-se que a Morgat usa a mesma levedura da Duvel, que pode ser comprada como WLP570 ou Wyeast 1388. Segue o que o Brew Like a Monk diz sobre a
Maredsous 8:

OG: 1,069 (16,9 °P)
ABV: 8,1%
Atenuação aparente: 83%
IBU: 29
Maltes: Pilsen, caramelo e torrado (não especifica quais)
Adjuntos: Dextrose
Lúpulos: Styrian Goldings, Saaz
Levedura: Duvel
Fermentação primária: inoculação entre 16 e 18° C, subindo até 26 a 29° C ao longo de 5 dias
Fermentação secundária: 14 dias a 8° C
Refermentada na garrafa com a levedura primária (4,25 volumes de CO2)
 
Como o Paulo mesmo disse nem sempre há informações se a cervejaria usa o mesmo fermento para fermentar e para o priming da cerveja. Tem cervejaria que tenta proteger seu fermento usando outro para o priming.

Eu estou fazendo cerveja a pouco tempo mas faço com meu amigo Jorge Fuleragem que já é mais experiente. Estamos colhendo fermentos de algumas cervejas comerciais. Já fizemos com Cantillon, Fantome e com a Red Poppy da Lost Abbey. Em breve espero usar esses fermentos em algumas levas. O da Cantillon já está com um aroma bem característico de lambic. Delicioso! Espero poder fazer uma "lambic" em breve! rsrsrsrs Entre aspas pela questão da DOC: só pode ser lambic se for feita na Bélgica!

Nós deixamos cerca de 1 dedo do final da cerveja na garrafa e propagamos em DME puro (100g p/ 1 litro) fervido na água mesmo. Parece que tá propagando bem. A laminha cresce de volume! Falta ver o resultado nas cervejas!
 
(acho que) consegui pegar de uma chimay blue, comprada no mercado.

Transferi o finalzinho da garrafa pra um erlenmeyer de 250ml com DME,
ficou 5 dias e nada, achei que não tinha dado certo, mas esqueci lá... e de repente o krausen tava lá! Estou escalando aos poucos a levedura, pra não estressar demais. Nesse momento tá agitando num frasco de 1 litro. Depois faço 2l e aí sim inoculo, dai vamos ver!

Ah pra eliminar uma que provavelmente ja suspeitem ser pasteurizada é a Hacker-pschorr anno 1400 e alguma coisa, essa realmente ficou lá e nunca deu certo... uma pena...

Boa sorte
 
Muito obrigado pelas informações. E aí vai mais uma pergunta. Como manter a viabilidade destes fermentos ? Comprei agar para tentar inocular em slants ( tubo de ensaio ) só não sei qual a receita para fazer o meio agar-mosto. Alguém já fez? Quanto tempo dura e em que temperatura?
 
Olha cara, eu já tentei no agar uma vez pra fazer seleção de colônias de celula única, com agar em pó em mosto a +- 1040-1050, mas a consistencia ficou inviável, ficou escorrendo, não ficou legal....

Até seria legal se o Paulo nos dissesse como faz essa parte do agar pq tambem tenho interesse em aprimorar.

O que eu tenho usado (sem conhecer o sucesso pq comecei muito recentemente) é congelar pequenas quantidades com glicerina+mosto. É bem simples. Se um dia vc se interessar por essa maneira eu posso dar mais detalhes.

Abraç
 
Eu uso slants com meio de cultura PDA (Potato dextrose agar, comprado pronto). Já uso há alguns anos e estou bastante satisfeito.

O problema desses meios de cultura prontos é que normalmente não se consegue comprar em pouca quantidade. A embalagem padrão é de 500g, que duram uma eternidade e custam caro. O PDA deve custar por volta de R$ 200 (esse valor varia significativamente conforme o fabricante, é bom dar uma pesquisada).

Eu nunca tentei outro meio simplesmente porque comprei 500g de PDA há 3 anos e ainda não acabou (apesar de já ter passado da validade).

Para manter a viabilidade dos slants, eu dedico um dia a cada 4 meses pra recultivar todo mundo (acho que assim é mais difícil de eu me perder do que se eu controlasse individualmente).

Normalmente eu sou mais relaxado com as leveduras que estão disponíveis comercialmente (afinal, qualquer coisa é só comprar novamente), mas mantenho algumas em slants mesmo assim, porque a disponibilidade de leveduras líquidas importadas no Brasil ainda é bem instável.

Para Brettanomyces e culturas mistas ainda não tenho um método. Por enquanto vou usando uma cerveja para inocular a próxima ou guardando em meio líquido mesmo.
 
Ah... Pois é, o meio pronto deve ser uma beleza... ainda não tive coragem de comprar. Eu li em algum blog que realmente acontece esse problema de consistencia com mosto nessa OG elevada, e recomendava fazer concentrações bem baixas, tipo 1005. Não sei se funciona, nucna testei

Tem uns blogs que eu gosto de ler que são de homebrewers e cientistas que se dedicam nessa área, tem muita informação boa aqui, inclusive sobre meios seletivos e de identificação:

http://sciencebrewer.com/
http://jaapie.org/
http://bkyeast.wordpress.com/
http://eurekabrewing.wordpress.com/
 
E Paulo, não tem problema passar a validade? o meio continua legal? foi uma das coisas que me fez não comprar aquele meio YPD
 
Olha, Tiago. Por enquanto tá tudo certo. Não sei te dizer que problemas eu posso ter em função da idade. Eu estou tomando cuidado para evitar umidade, mas até agora não observei nada de anormal.

A propósito, valeu pelas dicas de blogs. o BK Yeast e o Eureka já estavam na minha lista de favoritos, mas os outros eu não conhecia.
 
Mas e se aumentar a proporção de agar na receita não melhora a consistência?
 
Não melhorou Leonardo, foi o que me ocorreu primeiro também...

Outra coisa em relação as tecnicas em petri é o seguinte, as 2 vezes q eu fiz eu autoclavei o mosto já dentro do petri, o que acabou criando uma condensação terrível. Como vcs fazem? fiquei com medo de contaminar autoclavando num beaker e passando pro petri depois... não tenho lampada UV nem aquelas capelas de laboratorio...
 
Tiago, eu também autoclavo dentro do Petri, pelos mesmos motivos. Já sofri bastante com condensação, mas agora cheguei a um método estável para lidar com ela (eu uso uma panela de pressão daquelas de fazer conservas como autoclave):

1) Após autoclavar as placas, deixo a panela (fechada) esfriar naturalmente, porque são as variações de temperatura que causam condensação;
2) Quando a panela estiver fria, removo a tampa e cubro com papel toalha;
3) Depois de 1 ou 2 dias, praticamente toda a condensação já desepareceu, então embrulho com plástico filme e guardo de cabeça pra baixo na geladeira. A partir daí, as placas devem ficar sempre de cabeça pra baixo.
4) Se ainda assim acumular água na tampa, dá pra jogá-la fora no momento da inoculação e usar a chama do bico de Bunsen pra tirar a umidade
 
Legal Paulo, parece ser um bom método, vou experimentar ele semana que vem!
 
Ah, só uma detalhe que não sei se ficou claro: quando disse que deixo a panela esfriar naturalmente, normalmente é de um dia para o outro, ou seja, ao longo de várias horas.

Às vezes uma pequena condensação pode ocorrer ao longo do armazenamento na geladeira. Pra evitar que isso ocorra, é bom guardar as placas empilhadas umas sobre as outras (isso ajuda a minimizar as variações de temperatura na tampa).
 
Ah... realmente, normalmente só deixo a panela parada até que ela esteja fria ao tato. Tu autoclava as placas com a tampa?
 
Tiago, eu também autoclavo dentro do Petri, pelos mesmos motivos. Já sofri bastante com condensação, mas agora cheguei a um método estável para lidar com ela (eu uso uma panela de pressão daquelas de fazer conservas como autoclave):

1) Após autoclavar as placas, deixo a panela (fechada) esfriar naturalmente, porque são as variações de temperatura que causam condensação;
2) Quando a panela estiver fria, removo a tampa e cubro com papel toalha;
3) Depois de 1 ou 2 dias, praticamente toda a condensação já desepareceu, então embrulho com plástico filme e guardo de cabeça pra baixo na geladeira. A partir daí, as placas devem ficar sempre de cabeça pra baixo.
4) Se ainda assim acumular água na tampa, dá pra jogá-la fora no momento da inoculação e usar a chama do bico de Bunsen pra tirar a umidade

Eu estava pensando em comprar as Placas de Petri descartáveis, que já vem em uma quantidade razoável (100) e já esterilizadas.
Paulo, sobre o agar, eu vi para vender aqui: http://www.prolab.com.br/produtos/meios-de-cultura/-agar-batata-dextrose---potato-dextrose-agar
queria te perguntar, onde em Porto Alegre existe este agar para venda?

Outros sites interessantes para materiais de laboratório:
a. http://www.laborshopping.com.br/ - Uberlândia
b. http://www.liderequip.com.br/vidrarias.html - Porto Alegre
c. http://mercolabrs.com.br/ - Porto Alegre

Até,

Ricardo
 
Ricardo, comprei o PDA na Pró Análise de Porto Alegre. Te prepara que é uma facada.
 
Pessoal, o PDA, ou Potato Dextrose Agar foi inventado uns 150 anos atrás e é famoso por sua simplicidade. Ele pode ser feito com batatas fervidas e dextrose (glicose).
http://en.wikipedia.org/wiki/Potato_dextrose_agar

O agar é o agente solidificador do meio e normalmente é usado na concentração de 1,5-2,0%. Não precisa comprar o meio pronto, que é bem caro mesmo por causa da pureza dos ingredientes em escala laboratorial. Para o uso homebrew ele pode ser feito "artesanalmente". Somente o agar mesmo que precisa ser comprado.

Um abraço.

Felipe Maraschin, biólogo, professor do Dep. de Botânica da UFRGS.
 
Pessoal, o PDA, ou Potato Dextrose Agar foi inventado uns 150 anos atrás e é famoso por sua simplicidade. Ele pode ser feito com batatas fervidas e dextrose (glicose).
http://en.wikipedia.org/wiki/Potato_dextrose_agar

O agar é o agente solidificador do meio e normalmente é usado na concentração de 1,5-2,0%. Não precisa comprar o meio pronto, que é bem caro mesmo por causa da pureza dos ingredientes em escala laboratorial. Para o uso homebrew ele pode ser feito "artesanalmente". Somente o agar mesmo que precisa ser comprado.

Um abraço.

Felipe Maraschin, biólogo, professor do Dep. de Botânica da UFRGS.

Olá Felipe! Obrigado pela informação, MUITO útil.
Pergunta: onde comprar agar? Eu li que existe para venda em estabelecimentos de 'comidas naturais' e etc, mas onde tu compra?

Ricardo
 
Olá Felipe Maraschin,

Já produziste com sucesso esse tipo de mídia?
Eu já tentei diversas vezes fazer uma mídia mosto-agar com consistências diferentes, tanto de agar quanto de mosto e não tive sucesso em nenhuma delas.
Meu ágar é em pó e foi comprado numa dessas lojas de grãos e coisarada, tenho suspeitado que a culpa é dele. Toda vez que faço a mídia uma grande parcela do agar decanta pro fundo e forma uma massa arenosa e cinzenta e a parte de cima fica mais homogenea mas não solidifica bem.

Abraços
 
Olá Tiago, nunca fiz este meio de cultura para fermento em casa.

No laboratório preparamos diversos meios diferentes usando agar como gelificante (agende solidificador).

Desconheço as propriedades do agar culinário, o agar bacteriológico (comprado em fornecedores de reagentes laboratoriais) precisa ser dissolvido por fervura antes de funcionar como gelificante.

No caso de meio de cultivo microbiológico, todo o material precisa ser esterilizado por autoclave (panela de pressão) por 15 minutos antes do uso. Quando o meio é autoclavado, a alta temperatura dissolve o agar e ele pode ser plaqueado antes de resfriar novamente e solidificar.

Quando tu dizes "Toda vez que faço a mídia uma grande parcela do agar decanta pro fundo e forma uma massa arenosa e cinzenta e a parte de cima fica mais homogenea mas não solidifica bem." me parece que tu não ferveu o agar e espera que ele se dissolva a temperatura ambiente, isso não acontece, é preciso ferver por cerca de 1-2 minutos no microondas para dissolvê-lo.

O alto pH (>7) também inibe a polimerização do agar, que ocorre numa faixa ampla de 5-7.

De novo, todo o meio de cultura precisa ser autoclavado (ferver não é o bastante) antes do uso. Eu também não recomendo o uso de meios de cultura e de cultivo microbiológico sem o uso de um microscópio e do conhecimento da morfologia das células de fermento. Muitos microorganismos crescem como contaminantes nestes meios de cultura e podem ser danosos se ingeridos em grandes quantidades. A esterilização do material é essencial para termos certeza de uma cultura pura, uma vez que propagamos as colônias em um grande volume qualquer contaminação no início do processo aumenta muito o risco de propagar microorganismos não desejados.
 
Olá Felipe! Obrigado pela informação, MUITO útil.
Pergunta: onde comprar agar? Eu li que existe para venda em estabelecimentos de 'comidas naturais' e etc, mas onde tu compra?

Ricardo

Respondendo minha pergunta: encontrei agar-agar na loja da LamasBier - inclusive, este site tem bastante material interessante que eu por exemplo não encontrei na WE, principalmente para propagação de fermento e itens necessários.

Link para o agar-agar: http://ecommerce.lamasbrewshop.com.br/ecommerce_site/produto_3808_9879_Agar-Agar

Preço em 13/08/2013: R$ 2,60 por 10g (mas indisponível no momento)

Ricardo
 
Oi Felipe,

Dissolvo o agar por fervura em mosto, que garante supostamente um pH por volta dos 5.5, depois autoclavo a solução em panela de pressão por 15 a 20 minutos. Já tive algum sucesso em cultivar algumas colônias de célula única, mas de qualquer forma a consistência desse ágar não é satisfatória. O que relatei acontece também nas placas de Petri, e em pouco tempo em temperatura de incubação a parte gelatinosa já se desfaz em uma gosma aguada, o que não impede as leveduras de fazerem seu trabalho, mas deixa o exercício de coletá-las um tanto bagunçado e desconfortável.

Se tiver paciência tentarei novamente com outras fontes de agar acessíveis no mercado não-especializado, em parte pelo desafio de não comprar tudo pronto, em parte para incentivar os cervejeiros a lidarem com as leveduras, que, concordando plenamente contigo podem carregar contaminantes perigosos se cuidados não forem tomados e boas práticas não forem seguidas, assim como de um conhecimento razoável acerca do assunto, mas discordo da necessidade de um microscópio e equipamentos caros numa escala domiciliar e não comercializável. Com um sentido apurado, paciência e testes simples, porém pragmáticos podemos determinar facilmente uma fonte de contaminação.
 
Dissolvo o agar por fervura em mosto, que garante supostamente um pH por volta dos 5.5, depois autoclavo a solução em panela de pressão por 15 a 20 minutos. Já tive algum sucesso em cultivar algumas colônias de célula única, mas de qualquer forma a consistência desse ágar não é satisfatória. O que relatei acontece também nas placas de Petri, e em pouco tempo em temperatura de incubação a parte gelatinosa já se desfaz em uma gosma aguada, o que não impede as leveduras de fazerem seu trabalho, mas deixa o exercício de coletá-las um tanto bagunçado e desconfortável.

Qual é a densidade do mosto que você tá usando?

Pergunto por que eu tive o mesmo problema usando mosto com densidades mais altas, tipo 1.020 ou mais. Eu tentei dobrar a quantidade de ágar e isso ajudou, mas no fim acabou ficando duro demais. Aparentemente a densidade de açúcar afeta a consistência do ágar e fica dificil acertar o ponto certo sem uma balança de laboratorio. Como custa caro o ideal é usar o mínimo possível mesmo.

Na verade a levedura não precisa de muito açucar para crescer nessa forma. O escritor do blog BKYeast me deu a dica que o mosto só precisa ser por volta de 1.002.

Quando eu faço placas de extrato de malte, uso 2g extrato e 2g ágar por cada 100mL de água. É bom tambem um pouco de nutriente se você tiver algum por aí. Eu ainda prefiro o ágar batata-dextrose que também pode ser feito com açucar comum. Já usei muitas vezes com ótimos resultados.

Eu também faço a incubação com a placa dentro dum saco plástico com zipper. Antes eu estava tendo problemas com o ágar secando antes de acabar o processo.
 
Olá dcylab

estou surpreso. acompanho seu blog e a última tentativa que fiz foi justamente seguindo essa dica de usar um mosto de densidade baixa a 1.002, mas aconteceu como eu disse na mensagem, fica uma pasta com consistência de areia, não forma um sólido gelatinoso consistente e parte do ágar decanta ao fundo antes de solidificar formando uma camada ainda mais arenosa e cinzenta.

Realmente, não consigo medir direito a quantidade de ágar, minha balança é uma digital comum com uma precisão pobre...
Você teria uma referência volumétrica de quanto seria aproximadamente 1g de ágar em pó? ou isso não me serve?

Batata-dextrose parece interessante. Passe sua receita que faço o teste e então posso definir se o que está me prejudicando é mesmo a qualidade do ágar que uso...

Só por curiosidade: voce é brasileiro?
 
Sim, eu sou de São Paulo mas moro aqui há mais de 20 anos. Eu tinha só 8 anos quando mudamos então meu português é bem ruinzinho. :eek:

Não tenho referência volúmetrica porque eu uso um ágar em flocos que achei no mercado, na seção de produtos japoneses. No começo eu tive problemas e achei que poderia ser culpa dele, mas no fim acabou dando certo. Então acho que vale a pena tentar mas um pouco com esse ágar que você já tem.

Pode ser mesmo um problema com a balança. A minha balança comum tem precisão de 1g, então fica difícil medir uma quantidade de 2g. Acabei comprando uma balança como essa: AWS-100. Depois que eu comecei a usar essa balança eu nunca mais tive problemas. Bom, eu não lembro mais se eu mudei algo mais no meio tempo.

Qual é o resto do seu processo?

A minha receita para batata-saccarose é essa do BKyeast. Eu geralmente corto na metade para dar 500mL, que dá por volta 15 placas. Como essa receita usa uma quantidade maior de ágar, pode ser um pouco mais fácil acertar.

150 gramas de batata cortada em pedaços pequenos,sem descascar
10 gramas de açúcar (nada especial, o que você tiver na cozinha)
10 gramas de ágar

Ferva a batata em 250mL de água por meia hora. Pode adicionar mais água se evaporar antes do fim. Depois da fervura, passe por uma peneira. Acho que pode até ser por uma peneira com uma toalha de papel molhada, porque daí não passa os pedaços mais grossos. O importante é ter um "suco" de batata que contém os nutrientes necessários. Mas se passar os pedaços mais grossos não tem problema, so fica feio nas placas.

Adicione água para dar 500mL e misture bem. Adicione o ágar e ferva novamente. Adicione o açúcar e misture bem.

O que eu faço é dividir em dois Erlenmeyers ou medidores de Pyrex de 500mL e fervo na panela de pressão a 121C por 15 minutes. Eu faço assim em dois porque é o que cabe na minha panela de pressão. Depois eu espero esfriar para 65C, misturo bem e divido entre as placas já esterelizadas. Tem de continuar a misturar depois de cada placa.

Deixo esfriar bem, e no dia seguinte eu guardo na geladeira dentro de um saco plastico, com as placas invertidas.
 
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Ahahaha legal! tem uma boa memória, seu portugues ta melhor que o meu.

Bem, tirando a parte de dissolver o agar no mosto o resto do meu processo
é autoclavar a solução numa panela de pressão. Já fiz das duas formas, autoclavando num beaker e transferindo para as placas e autoclavando nas placas mesmo, a consistencia foi a mesma, apenas que fazendo direto na placa eu tive mais condensação.
Um detalhe que não lembro se fiz foi de ficar misturando a solução como voce faz... vou lembrar disso.

Não tive problemas de ressecamento, mas não guardei muito tempo também,
fiz algo em torno de 4 ou 5 apenas e inoculei todas de uma vez só.
Da penúltima vez que fiz placas, elas até endureceram bem, mas durante o período de incubação elas derreteram um pouco e ficou uma camada inteira em estado líquido...
Desde o início também a solução sempre é turva, isso é correto? As suas são tao transparentes...

Vou fazer o seguinte, essa semana vou fazer uma série de testes, incluindo a receita da batata-sacarose que vc passou. Com essas dicas talvez eu tenha mais sucesso. Vou tirar fotos do resultado.

Cara, te agradeço muito pelas dicas, também pela da balança. Já fiz a encomenda de uma desse modelo ali mesmo! Vai levar um tempo pra chegar mas daí não terei mais dúvidas. :D
 
Obrigado, Paulo.

Desde o início também a solução sempre é turva, isso é correto? As suas são tao transparentes...

Sim, a solução fica meio turva depois de adicionar o ágar. Fica mais transparente nas placas porque a camada é fina. Tenho algumas que ficaram mais grossas, e nessas não ficam tão transparentes.

Boa sorte. Se você (ou alguem mais) se interessar eu posso tentar mandar algumas das minhas cepas usando esse método: http://suigenerisbrewing.blogspot.ca/2013/04/mailing-yeast.html. Eu já troquei cepas com o autor e deu certo (bom, só na segunda tentativa deu, mas já sabemos o problema) vindo do Canadá aqui pra Washington. Como as leveduras vão secas e cabem num envelope normal é capaz que daria certo indo pro Brasil com correio comum--bem barato.

Cláudio
 
Poxa cara, que legal! Me interesso sim... Pode mandar suas cepas! Por enquanto não tenho nada pra trocar contigo.

Enfim, fiz a receita da batata-sacarose e a consistência ficou bem legal :)
Está em temperatura de geladeira, daqui uns dias vou inocular alguma coisa, daí vamos ver se ele não vai se derreter... De qualquer forma, com o agar aconteceu a mesma coisa, logo decantou pro fundo essa sujeira... Tirei uma foto do bequer em que cozinhei e da placa (parte de trás). Tá certo assim?
 

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É normal ter um pouco de sujeira da própria batata. As minhas ultimas placas de batata ficaram assim como na segunda foto. Mesmo filtrando acaba formando um pouco de hot break durante a fervura na autoclave. De qualquer forma, nesse caso realmente parece ser um pouco mais do que o normal.

Estou lembrando um comentário do Dmitri (BKyeast) dizendo que ele tinha comprado um ágar "incrivelmente sujo" no eBay.

Eu vou tentar fazer umas placas de batata amanhã ou segunda já que preciso fazer mesmo. Vou tirar fotos também.
 
Legal Cláudio, tire umas pra compararmos os resultados!

Bem, eu filtrei o suco com as batatas num filtro de papel pra café, saiu bem limpo. Deve ser um caso desses aí, de ágar extremamente sujo...
Procurei na sessão de produtos orientais no mercado, mas não encontrei nada lá. Esse daí é dessas lojas que vendem produtos naturais, vou ver se encontro outra fonte. Mas nunca nem ouvi falar por aqui de ágar em outra forma além de pó..

Antes de ontem fez uma noite fria e aproveitei pra abrir um frasco de mosto ao relento. Já tem uma fina camada de pó no fundo e alguns flocos, vou esperar mais uns dias e já vou testar essas placas de ágar inoculando seja lá o que for que eu tiver pego...
... Ou seria melhor deixar mais um tempo?
 
Acho que seria legal inocular uma placa agora, e repetir uma vez por semana. Eu imagino que mudaria bastante entre a primeira e a última.

Hoje não deu pra fazer as placas, então vou ver se consigo algum dia nessa semana.
 
Aqui estão as fotos do processo, do começo ao fim. Usei a receita que passei alguns posts atrás. Eu tive que adicionar água algumas vezes durante a fervura. Também filtrei duas vezes: uma vez na peneira para obter o "suco" de batata (foto 3) e depois uma outra vez depois que já tinha adicionado água para completar 500ml. Tudo isso foi com água filtrada com filtro de carvão.
 

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Segue o resto do processo. A primeira foto é dos dois frascos depois dos 15 minutos na panela de pressão enquanto estavam esfriandos. A última é uma placa depois que esfriou o suficiente para poder inverter. Ainda tinha bastante água condensada em baixo, que é normal.
 

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Legal dcylab!

As placas ficam bem bonitinhas mesmo. Valeu pelo tutorial...

segui seu conselho aquele dia e inoculei 2 placas daquela fermentação aberta, depois de 2 dias em temperatura ambiente com as placas invertidas, o agar derreteu, descolou do fundo da placa e caiu na tampa. virou uma meleca.

Mas o seu sucesso me convence de que eu tenho apenas que conseguir um agar de melhor qualidade e aguardar a balança de precisão chegar!
 

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