Caros, não quero estragar a ideia de ninguém, mas vou dar minha visão e experiência na area. Eu empreendi já, com tudo legalizado. Sabe o que mais atrapalha o empreendedor correto? Não é a prefeitura, nem a secretaria de Fazenda com os impostos. Tudo isso é justo, é claro, regulamentado, de conhecimento geral. Portanto, coloca-se tudo isso no preço. O que f... a vida do empreendedor que faz tudo direitinho é o cara que acredita que está acima de tudo isso, que o governo é chupim e atrapalha o empreendedor, e vai lá e faz tudo na gambiarra, fora da lei, não recolhe imposto, não emprega ninguém (pelo menos não com carteira assinada). Daí o cara tem um produto bem mais barato, porque não precisa lidar com vigilância sanitária, Anvisa, prefeitura, Sefaz, MPT, essas coisas. E isso f... o cara que tá empregando gente, ajudando famílias, tentando viver honestamente. Se tu não tem os recursos para funcionar legalmente, de duas uma: 1) ou arrume o recursos, via empréstimo, financiamento, venda de cotas da empresa, sócios, família, amigos, crowdfunding, etc, ou 2) parta para outro ramo, em que você possa fazer tudo dentro da lei. Isso te dá a consciência tranquila de nem correr o risco de ser multado, perder tudo, etc, e de saber que não está prejudicando ninguém que foi lá, investiu, correu atrás, legalizou tudo, botou o pescoço a prêmio e foi à luta! Para exemplificar com uma coisa simples que aconteceu na minha frente: a vigilância sanitária de SP chegou em frente ao Sacolão Perdizes, no bairro de mesmo nome, e apreendeu o ambulante que vendia milho verde ali, bem em frente de um estabelecimento comercial com CNPJ, mais de 100 funcionários e que vendia, entre outras centenas de produtos, MILHO VERDE. O cara tinha uma carrocinha de madeira, com um botijão de gás (olha o perigo de incêndio), uma panela velha, água de sabe-se-lá de onde para cozinhar o milho, margarina fora da geladeira, sem prazo de validade, não usava luvas e com a mesma mão que recebia o dinheiro, servia o milho sem ao menos passar um álcool-gel (porque fonte de água limpa ele não tinha para poder lavar as mãos). Uma turma da rua tentou impedir a vigilância, argumentando que o cara só queria trabalhar. Eu entrei na discussão e argumentei tudo isso, mostrando que ele estava potencialmente tirando o emprego de mais uma pessoa porque o sacolão estava deixando de vender mais milhos porque esse cara estava ali. Todo mundo que teve a paciência de ouvir concordou comigo, o cara do milho ficou envergonhado e a vigilância sanitária agradeceu minha intervenção moderadora e parcimoniosa. Resumo: cada fora-da-lei tira espaço de quem quer atuar dentro da lei. Não faça isso, meu amigo. Abraço.