Paulo,
O Guenther foi meu guru (e manja muito).
Para resolver a questão da pressão, extraia toda a pressão que estiver no post e depois, regule o seu CO2, para uma "leve assopro" no post mix (e deixe conectado). O mínimo de pressão possível, apenas para extrair a cerveja mesmo. O fluxo não será muito, mas não haverá excesso de espuma.
No Brasil, temos o costume de cerveja super carbonatada. Eu mesmo ainda carrego este estigma, mas tente ver em outros copos. Não necessariamente, não ver as bolhas grudadas no copo, significa que não está carbonatada (tem tipo de copo que não propicia isso, pelo menos é o que tenho observado).
Abaixo vou colar um "tutorial" (e definitivo) do assunto, enviado pelo guru Guenther na lista da ACERVA Paulista há um tempo atrás.
20/02/13:
Pessoal, na prática.... é tudo desnecessário...
- Encham o post-mix com a cerveja gelada até a solda superior
- Coloca 3,5kg de pressão
- Pegue o post-mix com uma mão em cima e outra pelo fundo e chacoalhe 10x pro lado e pro outro.
- Repita mais 2 vezes.
- Guarde o barril.
- No outro dia a pressão estará por volta de 1kg... pouco mais.. pouco menos.. muitas vezes na mosca.
Já perdi a conta de quantas vezes fiz isso....
Abraço,
Guenther
26/07/12
O grande objetivo é sempre estabilizar a cerveja numa determinada pressão/temperatura que contemple os objetivos de carbonatação para a cerveja.
Por exemplo, no geral, eu gosto de estabilizar minhas cervejas em 1kg de pressão, sendo que eu guardo os garris a 0.. 1 grau. Eu sei que essa pressão estabilizada me dá uma carbonatação adequeada para 80% das minhas cervejas.
Bom, tendo o objetivo traçado, existem várias formas, e velocidades de alcançar isso.
Exemplos:
1) Pode-se simplesmente conectar o cilindro no barril regulado para a pressão que se deseja, e deixá-lo ligado constantemente. Depois de alguns dias, a cerveja estará carbonatada e em equilíbrio com a pressão que foi usada.
2) Pode-se fazer a mesma coisa que acima, e ficar sacudindo o notar que não está mais sindo CO2 do cilindro para o barril. Quando se sacode o barril, grande parte do CO2 é dissolvido naquele momento, o que faz baixar a pressão instantaneamente. Se fizer isso com o cilindro conectado e aberto, dá pra notar que em cada sacudida o cilindro injeta mais CO2 para equalizar a pressão. É só ficar sacudindo até notar que não está mais entrando nada.
- 3) Pode-se usar uma pressão a mais dentro do barril, para que o líquido vá absorvendo o CO2, e estabilize na pressão que se deseja. Por exemplo, se eu tenho um barril pela metade, e eu quero que ele estabilize a 1kg, eu coloco 2kg de pressão. Depois de algumas horas, ou 1 dia, o líquido terá absorvido uma quantidade de CO2, e estabilizará em uma determinada pressão, e então pode-se fazer correções.
- 4) A mesma coisa que acima, mas com o barril cheio. Se com o barril pela metade, eu colocaria 2kg, com o barril quase cheio de cerveja (ou seja, pouco lugar para o CO2), quanto será que eu devo colocar de pressão? É uma coisa que deve-se aprender com o tempo, com a prática. Eu, no geral, uso 4.. 5kg, e muitas das vezes isso ainda não é suficiente. Imaginem que o espaço livre no barril representa 10% do volume total. Basicamente, eu teria que dar umas duas cargas de 5kg SEM SACUDIR para que ele carbonate.
Lembrando (como já disseram) que essa história de "carbonatar a cerveja na hora" não existe. Tu podes colocar CO2, sacudir bastante, e ser a cerveja com espuma, mas o líquido não estará carbonatado. Pela minha experiência, uma noite é suficiente para deixar a cerveja uns 80% carbonatada, e bem boa pra tomar. Carbonatação perfeita mesmo só vem depois de alguns dias.
Abraço,
Guenther