Grãos de molho sem aquecer.

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mateusinfo

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Apr 15, 2014
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Olá pessoal, teria problema colocar os grão na água a temperatura ambiente e manter assim por cerca de 2 horas para somente após este tempo iniciar o aquecimento?

Montei um HERMS para 20 litros e estou bem satisfeito com ele, porém só tenho tido tempo para brassar durante a semana após as 18:30, gostaria de conseguir adiantar um pouco o processo.

Pensei em comprar um temporizador para tomada, assim após almoçar eu colocaria a água e o malte no mash tun e programaria para ligar a bomba e a resistência do Herms mais no meio da tarde, assim quando eu retornar do trabalho já vai estar próximo da hora do mashout, desta forma eu conseguiria brassar e dormir cedo no mesmo dia :ban:

Eu teria algum problema com esta pratica? O malte ficaria umas 2 horas de molho à temperatura ambiente.
 
Fala Mateus

Creio que já pode começar a ocorrer atividade de alguma enzima, após a hidratação dos grãos a temperatura ambiente.

É bom lembrar que atividade enzimática possuem pontos ótimos de temperatura, para otimizar seu trabalho. Isso não quer dizer que o grão hidratado a outra temperatura não terá enzimas atuando, mesmo que lentamente.

Ai, se a temperatura ambiente for de 30oC aproximadamente nesse verão.... as enzimas com ponto ótimo próximo a essa temperatura poderão começar a atuar. Tem várias tabelas na net mostrando enzimas e faixas de temperatura.

Isso pode ser bom ou ruim.... por ex. se nessa temp que citei tiver uma atividade enzimática de quebra de proteinas de cadeias longas..... sua retençãode espuma vai pro espaço!!!

Posso estar exagerando,
O que vcs acham?
 
@mateusinfo Isso vai dar uma acidificada no mosto, por conta da atividade da enzima fitase e, possivelmente, de alguma fermentação lática (que ocorre naturalmente porque o malte normalmente é habitado por Lactobacillus).

Antigamente era usual fazer isso para se obter o pH ideal no mosto de cervejas claras. Era a chamada "parada ácida" ou "descanso ácido" (acid reset). Hoje em dia essa prática está em desuso, já que os alemães passaram a usar o malte acidificado (que é permitido pela Lei da Pureza) e o resto do mundo simplesmente adiciona algum ácido (normalmente lático ou fosfórico).

Dependendo da composição de grãos e dos sais presentes na água que você usa, essa acidificação pode até ser benéfica.
 
Eu ficaria meio receoso de deixar uma resistência, que tem muito potencial de aquecimento, trabalhando sozinha sem qualquer supervisão. Ela tem bastante potencial para aquecer cabos, causar curtos, etc.
Não confio plenamente em temporizadores e controladores de temperatura, e já ouvi e presenciei situações que eles não acionaram / desacionaram o sistema como deveriam.
Li no facebook um relato na semana passada de um TIC 17 que não atuou e deixou a geladeira ligada direto. Quando o cara chegou em casa, tava próximo aos zero graus. Nesse caso, o máximo que poderia acontecer era congelar a cerveja, perder uma leva, algo do gênero.
Trabalho na construção civil, na área hoteleira. No último hotel que entregamos, um dia pelas 10 da noite o gerente me ligou falando que o hotel estava sem água quente. Foi simplesmente o sensor de temperatura que não atuou e não acionou a bomba que fazia circular água no sistema. Sendo assim, os aquecedores não ligaram.

No caso de trabalhar com resistências e o temporizador ou o termostato falharem, pode perder tua leva ou danificar algum equipamento por superaquecimento.

É opinão pessoal. Não que seja proibitivo e com certeza muita gente usa sistemas automatizados sem supervisão, mas EU não confiaria 100% e teria um certo receio de sair de casa e deixar algo assim rodando.


Antigamente era usual fazer isso para se obter o pH ideal no mosto de cervejas claras. Era a chamada "parada ácida" ou "descanso ácido" (acid reset). Hoje em dia essa prática está em desuso, já que os alemães passaram a usar o malte acidificado (que é permitido pela Lei da Pureza) e o resto do mundo simplesmente adiciona algum ácido (normalmente lático ou fosfórico).

antigamente, mas não tão antigamente. Sei de cursos que o pessoal ainda ensina que tem que fazer esta parada. E é aquele tipo de curso onde eles ensinam "faça assim sempre, assim é o certo". Ontem mesmo levantaram esta dúvida em um grupo no Facebook. Veja o que o cara postou:

"primeiro deixei em 30º para corrigir o pH... depois elevei a 45º e deixei por 20 minutos... após subi para 55º e deixei mais 25 minutos. Por fim elevei a 65º por mais 25 minutos. Após esse procedimento subi para 80º a fim de eliminar as enzimas"

Ele estava fazendo uma Red Ale, uma cerveja que pela própria característica dos maltes já vai ter um pH provavelmente próximo ao ideal (a não ser se a água utilizada seja muito alcalina). E o cara tava trabalhando com apenas 25 minutos de sacrificação em 65 ºC e não tava entendendo o porque de ficar com OG muito baixa. Neste curso que ele recebeu, sei também que eles dizem que se seguir o procedimento ensinado por eles, o teste do iodo é "dispensável", e é só para confirmar o que eles já sabem, que a etapa de conversão já acabou...
 
Eu ficaria meio receoso de deixar uma resistência, que tem muito potencial de aquecimento, trabalhando sozinha sem qualquer supervisão. Ela tem bastante potencial para aquecer cabos, causar curtos, etc.
Não confio plenamente em temporizadores e controladores de temperatura, e já ouvi e presenciei situações que eles não acionaram / desacionaram o sistema como deveriam.
Li no facebook um relato na semana passada de um TIC 17 que não atuou e deixou a geladeira ligada direto. Quando o cara chegou em casa, tava próximo aos zero graus. Nesse caso, o máximo que poderia acontecer era congelar a cerveja, perder uma leva, algo do gênero.
Trabalho na construção civil, na área hoteleira. No último hotel que entregamos, um dia pelas 10 da noite o gerente me ligou falando que o hotel estava sem água quente. Foi simplesmente o sensor de temperatura que não atuou e não acionou a bomba que fazia circular água no sistema. Sendo assim, os aquecedores não ligaram.

No caso de trabalhar com resistências e o temporizador ou o termostato falharem, pode perder tua leva ou danificar algum equipamento por superaquecimento.

É opinão pessoal. Não que seja proibitivo e com certeza muita gente usa sistemas automatizados sem supervisão, mas EU não confiaria 100% e teria um certo receio de sair de casa e deixar algo assim rodando.




antigamente, mas não tão antigamente. Sei de cursos que o pessoal ainda ensina que tem que fazer esta parada. E é aquele tipo de curso onde eles ensinam "faça assim sempre, assim é o certo". Ontem mesmo levantaram esta dúvida em um grupo no Facebook. Veja o que o cara postou:

"primeiro deixei em 30º para corrigir o pH... depois elevei a 45º e deixei por 20 minutos... após subi para 55º e deixei mais 25 minutos. Por fim elevei a 65º por mais 25 minutos. Após esse procedimento subi para 80º a fim de eliminar as enzimas"

Ele estava fazendo uma Red Ale, uma cerveja que pela própria característica dos maltes já vai ter um pH provavelmente próximo ao ideal (a não ser se a água utilizada seja muito alcalina). E o cara tava trabalhando com apenas 25 minutos de sacrificação em 65 ºC e não tava entendendo o porque de ficar com OG muito baixa. Neste curso que ele recebeu, sei também que eles dizem que se seguir o procedimento ensinado por eles, o teste do iodo é "dispensável", e é só para confirmar o que eles já sabem, que a etapa de conversão já acabou...


Sei que existe o risco de falha eletrônica e algum componente não acionar ou não desligar.

Meu equipamento está todo aterrado e com fiação dimensionada, a serpentina não entra em contato com os grãos então na pior das hipóteses eu perderia uma leva.

Estou procurando uma outra alternativa para que eu possa ganhar mais tempo na brassagem, sem arriscar a preciosa formação de espuma da minha cerveja.

Obrigado.
 
Veja o que o cara postou:

"primeiro deixei em 30º para corrigir o pH... depois elevei a 45º e deixei por 20 minutos... após subi para 55º e deixei mais 25 minutos. Por fim elevei a 65º por mais 25 minutos. Após esse procedimento subi para 80º a fim de eliminar as enzimas"

Ele estava fazendo uma Red Ale, uma cerveja que pela própria característica dos maltes já vai ter um pH provavelmente próximo ao ideal (a não ser se a água utilizada seja muito alcalina). E o cara tava trabalhando com apenas 25 minutos de sacrificação em 65 ºC e não tava entendendo o porque de ficar com OG muito baixa. Neste curso que ele recebeu, sei também que eles dizem que se seguir o procedimento ensinado por eles, o teste do iodo é "dispensável", e é só para confirmar o que eles já sabem, que a etapa de conversão já acabou...

Trabalhei na industria de treinamentos (nada a ver com cerveja) durante alguns anos, e, infelizmente, isso acontece mesmo.

Em muitos casos, o instrutor tem tempo limitado para estudar e não tem conhecimentos suficientes sobre o assunto e precisa fazer o treinamento acontecer, propagando informações desatualizadas e equivocadas. Esse tipo de mentalidade, o 'fiz assim porque o professor disse que era o correto' acaba por matar o espírito criativo ou pior: Matar uma boa cerveja.

Meus 2 centavos.
 
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